Deus
vivo existe sim, mas em espirito e no outro lado da nossa existência, aquele
outro lado que só conhecemos depois da morte. Morte, que não é mais do que uma
passagem para esse outro lado, para nós completamente, ou quase, desconhecido,
em virtude da existência física que temos e que não nos permite sabermos muito
mais do que o nosso alcance mental; Não que não tenhamos entendimento para
isso, mas porque não nos é dado conhecer a totalidade da verdade, o
desconhecido e a verdadeira sabedoria da nossa existência.
Esse outro lado, que é governado por
hierarquias como esta nossa, tem uma existência completamente diferente da
nossa. De nada necessitamos para essa vida, porque nada nos faz falta. Não
precisamos de roupa, nem de alimentação, nem de dormir, nem de sexo, porque
tudo isso são necessidades físicas da matéria. A carne precisa de trabalhar
para obter tudo isso, da existência destas hierarquias, das leis que nos regem,
uma vez que essas outras são diferentes. A evolução do homem nesta vida está
nas suas mãos e o destino, escrito algures no outro lado, está marcado para
acontecer e sói e apenas uma pequena parcela está ao alcance manipulável do
Homem.
De referir que o homem, na realidade
não está só. Tem a seu lado umas entidades que o orientam e regem o seu
destino, que pode sofrer acasos inesperados, alterar o rumo traçado, etc. Essas
entidades são o que a igreja Católica denomina de anjos da guarda. Tudo o resto
fica nas mãos do ser vivente. Depois dessa hora fatídica todos nós passamos por
uma experiencia mais, ou menos, dolorosa consoante o seu grau de evolução que é
regredir e regressar ao ponto de partida. Todas as vivências nossas enquanto viventes
ser-nos-ão mostradas para que as vivenciemos de uma outra forma e nos
analisemos criticamente para podermos responder a uma pergunta, muito embora
fictícia, mas verdadeiramente colocável, que é: será que valeu a pena? Será que
tudo o que fiz valeu a pena para o meu melhoramento enquanto ser em evolução
espiritual? Prejudiquei quem? Quem me prejudicou? E porquê? Será que isso não
estava no rol dos factos para me acontecerem, ou foi obra do acaso?
Então esse Deus que nós sempre ouvimos
falar poderá estar ao nosso alcance, muito embora não o consigamos ver, temo-lo
sempre connosco. Na fé inabalável que possamos ter, na crença da sua
existência, no modus operandi com que
Ele se possa manifestar para nós, o certo é que o poderemos encontrar, quer
nesta, quer na outra existência. De qualquer das formas a sua existência é
real, espiritualmente real. Basta usarmos a nossa alma por inteiro, analisarmos
os factos da vida com outros olhos, de crer que haveremos de encontrar sempre
uma resposta.
Se conseguirmos ver a nossa vida, esta
mesma, sem os olhos da inveja, da cobiça, da soberba e se respeitarmos o outro
como a nós mesmos e de tudo o mais que nos leve ao outro lado negativo, obtemos
sempre uma resposta às nossas questões. Então veremos que Deus existe, está
vivo em nós e nós podemos encontra-lo dentro de nós porque é essa a forma de
Ele se manifestar perante nós.
Se vivermos nestes propósitos, olhando
a vida sob um prisma positivo, e aceitando o nosso destino desta mesma forma
muito embora possamos fazer o que estiver ao nosso alcance para nos melhorarmos
e melhorarmos as nossas vidas, desde que positivamente e desde que não
interfira na vida de ninguém, visto que, como se costuma dizer, a nossa
liberdade começa quando a do nosso parceiro acaba e vice-versa.
Sempre acreditei que se o Homem se
respeitasse a si mesmo, e de um modo particular, se respeitasse o próximo como
a si mesmo, tal como vem escrito na Bíblia, metade dos problemas da humanidade
não existiriam. Deus ficar-nos-ia muito grato por isso. Seria um grande passo
na evolução do Homem e da humanidade em geral.
Porque na verdade necessitamos disto,
de acreditar em nós e nos outros, de acreditar nas nossas capacidades e nos
nossos valores e de os seguir, tal como nos foi ensinado pelos nossos
antepassados, porque isso são valores que nos guiam e de certa forma nos
engrandecem enquanto seres em evolução. Necessitamos de Crer el algo que nos
reja e nos governe, só precisamos de ajuda para o fazer. Porque há e caminhos,
como há atitudes e atitudes. Há palavras e palavras; a diferença estará mo modo
como as usamos. Se enchermos o nosso coração de amor teremos apenas isso para
transmitir aos outros ew só esse amor pode governar as nossas vidas.
Acreditemos, porque o mal em nós só nos desvia do bom caminho, daquele caminho
que faz de nós seres em evolução, plenos de vida e no caminho de Deus. Só assim
o poderemos encontrar.
Verdadeiros são aqueles que, mesmo não
o sabendo em concreto, já o encontraram e o continuam a seguir. Verdadeiros são
aqueles que, mesmo usando a religião como guia, seguem os respetivos
ensinamentos para poderem percorrer o caminho em direção a Ele. Então, uma vez
alcançado, toda a nossa vida tem sentido e tudo nos será facilitado. Quem tem
olhos veja e quem tem ouvidos oiça!
Mesmo que critiquemos a bíblia como
sendo um livro escrito por homens e sendo apenas histórico os seus
ensinamentos, mesmo pondo em causa o que lá está escrito, também outras
religiões ensinaram muito à humanidade e de certa forma há uma interligação em todas
elas. Há ensinamentos idênticos em muitas delas, como a caridade e o amor ao
próximo, por exemplo. Uma palavra amiga pode ser dita em qualquer ocasião e não
será preciso ler a bíblia para confortarmos uma pessoa amiga. A amizade é linda
e deve ser fomentada e alimenta sempre e com cada vez mais amizade.
Deus é amor. Manifesta-se sempre desta
forma, mas deixa que nos influenciemos uns aos outros para que possamos
aprender com os erros para nos tornarmos senhores do nosso destino e O
seguirmos. Lembremo-nos sempre que quem está em evolução somos nós, quem
precisa somos nós e quem deve procurar mudar e melhorar somos nós. Não deve ser
uma entidade espiritual e muito menos Deus a vir ao nosso alcance, muito embora
Deus não nos abandone devemos ser nós a procura-lo e a fazermos o esforço
necessário para isso. O bem será nosso e nada mais. A humanidade e o próprio
criador agradeceriam se cada um de nós se esforçasse no sentido de nos
aperfeiçoarmos como pessoas.