Ilumina-me
O interior
Um sol matinal
Uma brisa suave
Me afaga
Uma paisagem
Me inspira
Respiro
a tranquilidade
da manhã
Doce sonho
De amanhecer
Ilumina-me
O interior
Um sol matinal
Uma brisa suave
Me afaga
Uma paisagem
Me inspira
Respiro
a tranquilidade
da manhã
Doce sonho
De amanhecer
Pairo num mar calmo
Ao sabor da brisa
Um horizonte infinito
Me deleita
Sinto-me no universo
Com os pés na terra
Um deus
E o mundo a meus pés
Sinto-me grande
Na minha humana pequenez
O dia sem ti
É um dia de Inverno.
Chove-me na alma
Uma tristeza
Se não te vejo,
Se não te ouço,
Se não te beijo.
Ópio da minha vida,
Néctar que alenta
O meu porvir;
Prazer das minhas noites,
Quando eu,
Tiritando um frio de amor,
Me aqueces a alma
Necessitada.
Quando eu partir
Põe-me apenas uma rosa
No peito;
Não chores,
Nem lamentes nada.
A vida tem sabor a sal
E só por vezes
É adocicada.
Na mistura é que completamos
Os sabores necessários
Para a derradeira viagem.
Só aí nos encontraremos
Em plena paz
E felicidade,
Onde o amor acontece
E é senhor da eternidade.
Na hora da minha partida
Diz apenas
Até breve
E nada mais.
Virei ao teu encontro
Quando o óbolo último
Que nos ligou na vida
Cair derradeiro no chão.
A minha urgência é ver-te
Em cada dia, a cada hora.
Ter em mim
O teu perfume,
Minha rosa
perfumada.
A minha urgência és tu
A cada momento,
A cada instante
Ter
Por um momento
O meu Antúrio contigo,
Rosa de encantar,
Meu pôr-do-sol,
Mina vida
A minha urgência és tu!
A face
Nesta manhã de maio.
No nosso jardim
Chilreiam aves
Melodias de amor.
Teus cabelos de ouro
Entontecem-me
O doce acordar
A teu lado.
1
O peso bruto do corpo
2
Penoso atravessar a rua
3
Lentos passos
Pela calçada íngreme
4
O rosto dorido
5
Um livro aberto
Que se fecha
I
Toda a paisagem
É um mar calmo
II
Uma ondulação suave
Parece-me melodia
III
A contemplação
Apraz-me a alma
IV
E num só olhar
Abarco o oceano
E a vida
Não
altero
O meu
estar só!
Quero o
silêncio musicado
Apenas
por breves instantes.
Penetrar
Bem
fundo
No íntimo
de mim.
Alhear-me
A tudo
à minha volta.
No
silêncio profundo.
Na
escuridão total.
Na
ausência de tudo
A
inexistência da matéria.
Na
essência das coisas
Os
elementos
O
eterno ser.
Por
breves instantes
A
eternidade
Num só
momento.
Uma paz
infinita
Um
longo silêncio;
E
acordar
Um novo
homem.
De
essência renovada,
Como
uma manhã
Que
nasce.
Toda a natureza
Envolta
em bruma
Deixa-me
a impressão
De
um poema
Que
não consigo escrever
O
frio congela-me
As
palavras
No
tiritar dos dentes
O
céu ameaça
Como
se Deus
Quisesse
castigar
E o
entrar da noite
Anuncia
mais frio
Pululam heras
Nestes campos verdes.
As árvores indiferentes
Sofrem devagar.
O ar é fresco de manhã
Quando o dia reconforta
Por dentro.
Pululam humanos
Como heras
Nestes campos verdes.
O dia abafa e transborda
De cheiros fétidos.
E os campos verdes
Amarelecem e morrem.
Um profundo silêncio
Passa por mim
Deixando para trás
Uma tristeza
Que me trespassa
Sinto o cinzento do dia
Magoar-me a alma
Uma angústia me visita
Um vazio dentro de mim
Lá fora chove
Deixando o mesmo cinzento
No dia que passa
Bebo champagne.
Talvez prove Whisky.
Amanhã ainda bebo
Do vinho de hoje.
No meio
Está o veneno dos meus dias.
1
O dia
São horas mortas
2
O meu rosto
No tempo entristecido
3
A tua imagem
Chega-me nítida
Da memória
4
Um leve sorriso
Se me afigura
1
Dois invernos
De mãos dadas
2
A ternura
No peso dos anos
Ainda viva
3
Nas suas faces
4
O Jardim
Como repouso
Não tenho tempo.
O que tenho perdi-o.
Divago.
E divagando me perco.
Vago o tempo que sobra.
Em Vão,
Um novo encontro,
Um novo começo,
Uma reste-a de esperança;
Até ao fim.
SPA