domingo, 4 de agosto de 2024

O Limoeiro

 

Num certo quintal, duma certa cidade de província, um certo senhor tinha um limoeiro.

O sujeito era de uma certa idade, já com netos e plantara a dita árvore para dar limões para ele fazer sumo para os seus netos, mas o limoeiro era muito teimoso e não queria crescer. Queria ser sempre criança, confessara ele ao seu dono. Este bem o tentou convencer de que a vida não era sempre assim, que se tinha que aprender, fazer coisas diferentes para nos sentirmos pessoas realizadas, mas nada disto o convenceu.

Dizia-lhe que ser criança era apenas uma fase da nossa vida que nos prepara para a adolescência e esta para a vida adulta.

O limoeiro continuou a teimar em ser sempre pequeno, como aquelas árvores que nunca crescem e se chamam Bonzai. O dono explicou-lhe que essas árvores eram anãs e nada tinha a ver com ele; insistia, mas ele nada de se convencer. Então falou-lhe nos netos que precisavam dos seus frutos para poderem crescer fortes e saudáveis, da sua utilidade como árvore e ele nada.

Irritado, pegou num pau e deu uma valente sova no limoeiro que o limoeiro aprendeu a lição. E cresceu, forte e saudável, dando limões grandes e sumarentos com que os netos se regalavam com o sumo.

O teimoso limoeiro reconheceu que estava errado e que era preciso aprender que todos nós passamos por fases diferentes na nossa vida e precisamos de ser úteis uns aos outros; e assim viveu feliz por muitos anos.

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