Num certo quintal, duma certa cidade de província,
um certo senhor tinha um limoeiro.
O sujeito era de uma certa idade, já com netos e
plantara a dita árvore para dar limões para ele fazer sumo para os seus netos,
mas o limoeiro era muito teimoso e não queria crescer. Queria ser sempre
criança, confessara ele ao seu dono. Este bem o tentou convencer de que a vida
não era sempre assim, que se tinha que aprender, fazer coisas diferentes para
nos sentirmos pessoas realizadas, mas nada disto o convenceu.
Dizia-lhe que ser criança era apenas uma fase da
nossa vida que nos prepara para a adolescência e esta para a vida adulta.
O limoeiro continuou a teimar em ser sempre
pequeno, como aquelas árvores que nunca crescem e se chamam Bonzai. O dono
explicou-lhe que essas árvores eram anãs e nada tinha a ver com ele; insistia,
mas ele nada de se convencer. Então falou-lhe nos netos que precisavam dos seus
frutos para poderem crescer fortes e saudáveis, da sua utilidade como árvore e
ele nada.
Irritado, pegou num pau e deu uma valente sova no
limoeiro que o limoeiro aprendeu a lição. E cresceu, forte e saudável, dando
limões grandes e sumarentos com que os netos se regalavam com o sumo.
O teimoso limoeiro reconheceu que estava errado e
que era preciso aprender que todos nós passamos por fases diferentes na nossa
vida e precisamos de ser úteis uns aos outros; e assim viveu feliz por muitos
anos.
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