quarta-feira, 31 de julho de 2024

A política de hoje

 

                Falar de política num mundo de hoje não é tarefa fácil. A sociedade vive a uma velocidade demasiado acelerada para que as resoluções mais prementes surtam efeito, ou mesmo sejam postas em prática. Há uma demasiada urgência para tudo, para acontecerem as coisas mais básicas, para se resolverem os assuntos mais importantes, para se descortinar conclusões sobre o que quer seja. O ritmo desenfreado da atualidade prende-se com esta urgente necessidade de satisfazer tudo e todos, com um número cada vez mais crescente da população mundial. Principalmente de satisfazer o capital cada vez mais prolifero no mundo atual.

         As crescentes crises económicas e políticas que têm vinda a acontecer um pouco pelo mundo fora têm ditado uma nova orientação e determinado, por assim dizer, os destinos do ser humano. Tudo tem estado em constante mudança de tal modo que ninguém pode dizer que está verdadeiramente atualizado.    

         A sociedade vive um crescente aumento tecnológico que tem vindo a marcar uma persistente alteração do modo como se encaram os problemas de hoje. Até mesmo a ciência tem visto ultimamente um aumento significativo do seu conhecimento.  Feita uma comparação com o conhecimento de há cem anos atrás verifica-se um acentuado desnível em relação à atualidade.

         Em contrapartida as diversas alterações climáticas, verificadas um pouco por toda a parte, têm vindo a acentuar uma destruição de povoações, de cidades e da natureza em geral, com um crescente aumento de incêndios, pelo menos no nosso país, inundações, terramotos, maremotos, tsunamis, que têm vindo alterar substancialmente a paisagem do nosso planeta.

Quando se deseja melhorar as condições de vida do ser humano, a saúde, o ensino, e o ambiente em geral, quando se procura entendimento a vários níveis, para minimizar as injustiças, o crime e a violência vemos precisamente acontecer o contrário, como se com isto se pretende-se um retrocesso na humanidade.

Em franca expansão temos o crime organizado, a corrupção ao mais alto nível, a constante desvalorização dos mais preciosos valores morais com que o Homem se tem identificado, o rebaixamento da religião, a proliferação da doença e das epidemias, violência que impõem no dia-a-dia do ser humano uma reviravolta no seu pacato comportamento. Assim sendo as mais respeitosas virtudes vêm-se desacreditadas em louvação aos valores antagonicamente opostas incutidos pela tecnologia exacerbada dos jogos eletrónicos e respetivos efeitos cinematográficos e televisivos.

Num mundo onde predomina a lei do mais poderoso, do mais forte e do mais hábil em vez do mais bem preparado e o mais conhecedor, podemos dizer que estamos perante uma viragem de valores. Por isso falar-se hoje em dia em condições de vida chega a ser irónico.

No entanto e para cúmulo da desgraça a juventude de hoje passa por desvios à norma, quer físico, quer mental, que faz alterar todo o seu comportamento, chegando a diminuir-se a própria mentalidade e responsabilidade como seres humanos que são. Desprestigiando a saúde, a cultura e a educação, marginalizando até a sua existência, quer pela prostituição, homossexualidade, ou pela droga, o mesmo será dizer que estamos perante a destruição do ser humano enquanto tal.

Quando nos viramos para a pesquisa e para a análise da atualidade e pomos em dia todo o nosso conhecimento da realidade que nos cerca, quando nos questionamos sobre a veracidade de tudo o que ouvimos e vemos e pomos em causa essa mesma honestidade e sinceridade, quando nos cruzamos com todos estes valores contrários ao valores tradicionais, estamos perante um acentuado decréscimo, direi mesmo decadência, de tudo o que mais necessário pode existir para a sobrevivência do ser humano. Então posso concluir que o ser humano, enquanto ser livre e de livre pensamento, poderá estar mesmo em extinção.

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