Translate

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Botão de Rosa

 

       Um botão de rosa caído no chão. Um whisky por beber sobre a mesinha da sala. Uma taça de vidro com velas brancas acesas boiando e no fundo pedrinhas do mar. O silêncio da sala. Um outro botão de rosa num solitário sobre a mesa.

     A mão de um homem carrega no comando e liga a aparelhagem quebrando o silêncio momentâneo. A música começa suave, romântica, a condizer com a tranquilidade da sala.

     Um braço estendido de mulher fatal sai do sofá, apanha a rosa do chão, cheira-a e deixa-a esquecida no braço estendido até cair de novo. Um olhar fatalista atinge o homem.

      A sensualidade e o romance, envolvem os dois com uma previsão crescente. A música, o ambiente e a rosa são um todo, completam-se na mesma harmonia dos corpos; Há amor e paixão entre eles. A mulher cheira a rosa e deixa-a.

      O homem percorre-lhe o corpo, os seios, o ventre, com a rosa caída e roça com a flor o outro botão de flor, a fonte dos desejos e dos amores. A perdição do Homem, fruto do bem e do mal, da criação e do infortúnio, conjugação entre dor e prazer.

     Nua, mostrando toda a sua beleza física, a mulher estende os braços, feliz de ter consigo o seu amado junto de si para a consumação do amor.

     O calor da tarde aquece ainda mais os corpos quentes, percorre-os. Os corpos nus, estendidos agora no chão, amam-se numa gradual intensidade. A alcatifa tem cor de sangue e de carne, cheira a desejo e a sexo. No meio de beijos e abraços, há ligeiros gemidos de amor e luxúria e a média luz da sala protege-os.

     A música baixinha embala os corpos ardentes. As mãos dele colam-se às dela. Beijos e abraços na continuação, tarde fora, de um longo amor. O prazer envolve-os debaixo do mesmo ardor, do mesmo desejo. Uma alegria transbordante nos olhos.

       A nudez da mulher, submissa e amada, à mercê do homem desejado. Todo o corpo num êxtase; Os seios, o ventre, a vulva, o botão de rosa vermelha caído no chão, cor de sangue, cor de desejo, sobre o peito da mulher.

Sobra ainda o outro botão de rosa no solitário sobre a mesa, ainda intacto. No chão há pétalas de rosa espalhadas a florir este amor consumado. O ambiente ao rubro.

E cheira a êxtase e a sémen por todo o lado. Do peito roliço da mulher descai a mão pujante do homem. Percorre-lhe de novo o peito, suavemente. A mulher enche-o de carícias. A mão no sexo dele. Um novo beijo. Depois um beijo prolongadamente longo no membro do amado.

O amor ao rubro. Os órgãos colados. Os corpos ardendo, queimando, arfando tarde fora. E cheira a sémen e a êxtase por todo o lado.

A música no auge, envolvendo-os, enchendo o ambiente, tudo. Um gole no whisky a dois, uma pausa. De novo um longo beijo, na boca, no peito, no membro. Os corpos roçam-se de novo. A tarde no fim…sem parecer ter fim.             

 



SPA 2009

Sem comentários:

Enviar um comentário