Um botão de rosa caído no chão. Um whisky por beber
sobre a mesinha da sala. Uma taça de vidro com velas brancas acesas boiando e
no fundo pedrinhas do mar. O silêncio da sala. Um outro botão de rosa num
solitário sobre a mesa.
A mão de um
homem carrega no comando e liga a aparelhagem quebrando o silêncio momentâneo.
A música começa suave, romântica, a condizer com a tranquilidade da sala.
Um braço
estendido de mulher fatal sai do sofá, apanha a rosa do chão, cheira-a e
deixa-a esquecida no braço estendido até cair de novo. Um olhar fatalista
atinge o homem.
A
sensualidade e o romance, envolvem os dois com uma previsão crescente. A
música, o ambiente e a rosa são um todo, completam-se na mesma harmonia dos
corpos; Há amor e paixão entre eles. A mulher cheira a rosa e deixa-a.
O homem
percorre-lhe o corpo, os seios, o ventre, com a rosa caída e roça com a flor o
outro botão de flor, a fonte dos desejos e dos amores. A perdição do Homem,
fruto do bem e do mal, da criação e do infortúnio, conjugação entre dor e
prazer.
Nua, mostrando
toda a sua beleza física, a mulher estende os braços, feliz de ter consigo o
seu amado junto de si para a consumação do amor.
O calor da
tarde aquece ainda mais os corpos quentes, percorre-os. Os corpos nus,
estendidos agora no chão, amam-se numa gradual intensidade. A alcatifa tem cor
de sangue e de carne, cheira a desejo e a sexo. No meio de beijos e abraços, há
ligeiros gemidos de amor e luxúria e a média luz da sala protege-os.
A música
baixinha embala os corpos ardentes. As mãos dele colam-se às dela. Beijos e
abraços na continuação, tarde fora, de um longo amor. O prazer envolve-os
debaixo do mesmo ardor, do mesmo desejo. Uma alegria transbordante nos olhos.
A nudez da
mulher, submissa e amada, à mercê do homem desejado. Todo o corpo num êxtase;
Os seios, o ventre, a vulva, o botão de rosa vermelha caído no chão, cor de
sangue, cor de desejo, sobre o peito da mulher.
Sobra ainda o outro botão de rosa no
solitário sobre a mesa, ainda intacto. No chão há pétalas de rosa espalhadas a
florir este amor consumado. O ambiente ao rubro.
E cheira a êxtase e a sémen por todo o
lado. Do peito roliço da mulher descai a mão pujante do homem. Percorre-lhe de
novo o peito, suavemente. A mulher enche-o de carícias. A mão no sexo dele. Um
novo beijo. Depois um beijo prolongadamente longo no membro do amado.
O amor ao rubro. Os órgãos colados. Os
corpos ardendo, queimando, arfando tarde fora. E cheira a sémen e a êxtase por
todo o lado.
A música no auge, envolvendo-os,
enchendo o ambiente, tudo. Um gole no whisky a dois, uma pausa. De novo um longo
beijo, na boca, no peito, no membro. Os corpos roçam-se de novo. A tarde no
fim…sem parecer ter fim.
SPA 2009
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